Soneto Útil
Apesar de eterno impaciente,
Consigo exercer em tempo não vago
Este romantismo quase demente
Com que minhas quimeras sempre afago.
Loucura santa e a pena inquieta
Se juntam para o labor do soneto;
E já tendo ouvido que sou poeta,
Para tal aventura me remeto.
Mas a proeza não é sem motivo,
Pois, vestida de mulher, a Ilusão
Me é sempre estro dos meus versos vivos;
Quando queira queixar-se o coração,
Dos meus dias pela musa cativos,
Uso o soneto, mesmo que em vão!
Apesar de eterno impaciente,
Consigo exercer em tempo não vago
Este romantismo quase demente
Com que minhas quimeras sempre afago.
Loucura santa e a pena inquieta
Se juntam para o labor do soneto;
E já tendo ouvido que sou poeta,
Para tal aventura me remeto.
Mas a proeza não é sem motivo,
Pois, vestida de mulher, a Ilusão
Me é sempre estro dos meus versos vivos;
Quando queira queixar-se o coração,
Dos meus dias pela musa cativos,
Uso o soneto, mesmo que em vão!