UM POEMA DOLORIDO
lisieux
Como te dizes meu se não consigo
encontrar eco no teu verso e peito?
Ser flor-de-lis não posso, se persigo
em vão, repouso em teu amor-perfeito.
Como lembrar-te a voz e a tua imagem
se não me escreves mais nenhuma linha
e me abandonas, como a avezinha
que, ao vir o inverno, busca outra paisagem?
Como me dizes ter saudade tanta
se tu conservas, presa na garganta
a tua palavra, plena de paixão?
E aqui me deixas, sem os teus abraços,
o coração partido em mil pedaços
e, também muda, a minha inspiração...
BH - 06.11.08