INCOMPLETUDE
Perpassa pelos poros, corpo adentro,
a inútil impressão da luz solar.
E quando atinge o escuro, lá do centro,
apaga-se no espanto: falta o ar.
Além dessa corrente latejante,
pulsar do mensageiro, o pensamento,
não há sinal de vida, mas o instante
simula uma impressão que eu alimento.
O nada, esse vazio, a falsa porta,
são pontos de estupor, de negação;
estranha e tão vital incompletude.
Assim, a luz do sol já não importa;
nem mesmo os vários raios, onde irão...
A falta da razão cresce amiúde.
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