«Mais além...»
Galopei sempre veloz no meu corcel,
Como se a estrada da vida não findasse,
Sonhar ir mais além... e ao sonho ser fiel,
Como se o limite final não chegasse.
Fazer-me ao mar, zarpar no meu batel,
Retesar velas, deixar que navegasse
Até bem longe, onde verte o doce mel,
E que a mãe Natureza nos afagasse...
Nas asas dum tufão, como um açor,
Voar tão alto, que já ninguém nos visse,
Sentir no peito arfar um tal ardor
Pois nada, nem ninguém nos detivera,
Em chegar junto a Deus e ali pedisse
Perdão de todo o mal que cometera...
António dos Santos