No ventre da noite tomada de escuros
Penso amiúde nos amores infelizes 
Que se desmancharam nos torvelinhos
Entre rezas, promessas e torpores
 
Rostos glaciais, são moldura nas janelas
Os suspiros, a face tremida,  o azedume 
Os olhos no vago do horizonte à procura
Do amor que rói o peito pela ansiedade 
 
As almas purificam-se no sofrer sem remédio   
Ao amado guardam o que de melhor podem dar
A entrega perfeita dos seus corpos queimando 
 
 Mas não é tarde, o tempo não mata os ardores
Apenas desfolha, as árvores doce dos sonhos 
Dentro de ti arde a dor e a ausência de flores!
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 09/01/2009
Reeditado em 24/11/2019
Código do texto: T1376610
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