Soneto ao coração
Incandescente e rubro pisca no meu peito
Bombeia o sangue puro para as partes
E traz felicidade ao meu leito
E leva minhas veias a mil enfartes
Entorpecente e puro órgão mágico
Mistura o meu sangue as tuas veias
Como uma aranha nobre tece as teias
E o meu peito pulsa taquicárdico
Silente e hostil como uma harpia
Que longamente sua presa vigia
Como uma assombração desencontrada
Demente e pueril bomba sombria
Que espalha o meu sangue pelas vias
De sua circulação dissimulada