POÉTICA

Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Que aos vates inebrias com doçura
Incensa-me com o mais sutil aroma
Vindo do Lácio, em puro e belo idioma.

Divindade por todos venerada
Que do Olimpo fez a eterna morada,
Dá luz à escuridão do meu verso
Com o brilho generoso do teu estro.

Elege-me com o dom de tua graça
Para brindar o amor em fina taça
Até embriagar-me, Deus me valha!

Mas se merecimento me faltar,
Em nova encarnação vou resgatar.
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!

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Publicado originalmente em: Um soneto para Machado de Assis: antologia literária. Rio de Janeiro: Litteris Ed., 2008, p. 42