REVELAÇÃO
 
Habita uma certeza, escancarada, intensa,
anzóis causam rubor –despenca a água– tingem
cascatas e explosão: no lago nada a virgem,
a flor, a pena, a encrenca, até que a mágoa vença
 
e o cálice repleto, a luz alada, a origem
destruam de uma vez diques e frágua. Avença...
E o mar mais interior a gruta invada, extensa,
a praia sem calor onde deságua; e cingem
 
em seixos, branca espuma ao derredor, na orla,
presente ao longe a voz de uma sereia, imanta;
preenche o mar, o céu de novo espanto. Crasso!
 
Informe a ilusão se crê melhor no espaço;
infâmia que penetra e que permeia, tanta
descrença de entender esse meu canto: borla!
  
 
 
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