SONETILHO (2)
Um dia, a gente se espreme,
noutro, já se faz amor;
um dia, por destemor,
vai-se embora, mão no leme.
Um dia, qualquer quer for,
a gente come do creme,
mas, sem paladar solene,
o doce perde o sabor.
Um dia, a gente se acata,
noutro dia, a serenata
para cantar o problema.
Um dia, assim, num qualquer,
você venera a mulher
que emerge de algum poema.
Fort., 05/01/2009.