DO PARNASO PARA MEU PAI

DO PARNASO PARA MEU PAI

Ah, saudade daquele tempo se envelheço

como a cadeira de balanço ali esquecida

por meu pai com o qual ainda me pareço

nesse cismar de amor e sonho pela vida...

Quando menino ouvia com ditoso apreço

histórias que vovó contava envaidecida...

Hoje sei que mudei! Sentindo reconheço

que saudade parece ausência sem partida...

Cadeira de balanço! Ô, exílio de saudade!

Tu guardas no madeiro minha tenra idade

que os da família o rústico perfil se esvai...

Eu lembro o meu avô e a prole reunida

e pressinto embalar-me na cadeira antiga

o vulto complacente de meu velho pai...

Afonso Estebanez

(A Manoel Stael – meu pai – in memoriam)

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 05/01/2009
Código do texto: T1369380
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