Memórias Alagadas
Eram tantos os rios que aqui passavam!
Havia barquinhos feitos de jornal,
Manhã ensolarada em dia de Natal,
Águas correntes que muito rimavam.
Os rios atualmente vazios – Oh, que pena!
Já encheram os rios dos meus sentimentos.
Meu coração tão cheio de juramentos,
Cantigas solenes de uma tarde amena.
Secos os rios, eu ainda sentimental;
Leitos vazios, eu toda inundação.
Andante sem rumo, incontinental.
Eram tantos os flúmenes e eu, pouca.
Meu canto murmurante de emoção,
A vida seguindo e minha voz rouca.