SILÊNCIO IMPERDOÁVEL
Já nem sei se deixo surdo ou mudo
meu violão cheio de poeira.
Às vezes ele toca dentro de mim
embora ninguém ouça seus sons.
Há um silêncio imperdoável
que ainda permito morada.
Queria coragem, para jogar tudo fora
e recomeçar longe, com uma voz própria.
Não sei por que teimo
em arrastar pesos
que não são meus.
E assim de pés fincados neste chão
consigo ainda ter um olhar terno.
Sempre creio que novos ares virão. Ilusão?