Soneto - O carregador de fardos
Quem é que nunca carregou um fardo,
Nessa vida ingrata e às vezes confusa?
Quem é que nunca se lançou ao dardo,
E vê-se suportar em uma vida obtusa?
Quem é que nunca choraste em gusa,
De arrependimento ou certo retardo?
Quem nunca conviveu situação difusa,
Por ter carregado determinado fardo?
Diz a profecia: todos conhecerão a dor,
Seja ela na pele, ou talvez seja na alma,
Mas quando o fardo for aquele amor...
Que tanto esperaste em meio a calma,
Que outrora lindo, porém destruidor...
São os fardos que só o tempo espalma!