Do meu telhado

a um cigarro

Ah, os anos... Tantos são... Como se houvesse

Indissolúveis cercas por entre eles

(Às trepadeiras); mesmo pra nós, reles

(De) imortais (caritó e desinteresse)!

Não tapo as frestas às folhas caídas

Das árvores (em flor) de muitas vidas!

Porque eu sei (neste píncaro abissal:)

Que é preciso contar, não descontar

Em anjos de Natal e Réveillon:

Aquele vizinho, o ano inteiro, bom

Falador, mesquinho (o ano que virá)...

Mas quem, Leitor, senão tu dir-me-á? Tu!

Por que, enfim, ser melhor só no final(,

Santo e ainda com cheiro de peru)?

a 26 de Dezembro de 2008