INOCÊNCIA

(um olhar sobre o romance de Taunay)


Ali; na raiz de um longínquo sertão,
Eu vi aquele olhar de plena ternura,
Uma pele pálida, delicadas mãos,
Lábios pequenos, a cabeleira escura,

Balançava livre até a cintura,
Que de fina parecia um violão,
Musicalidade e uma alma pura,
Deslumbrante beleza, meigo coração.

Digam-me; quem poderia imaginar,
Que no desenredo de paisagens duras,
Os meus lábios sedentos fossem encontrar,

Melado mais doce do que a rapadura,
E que perdidamente fosse me apaixonar
?
Mergulhei inteiro, me fiz sua moldura.