SONETO DE ENTERRO
Sobre mim puseram flores amarelas,
Mais gotas tristes de adeus eterno
Que se escorreram em meu último terno,
Manchando aquelas flores tão belas.
Sobre minha pele flácida e fria,
Mãos quentes e também desconsoladas,
Traduzindo as emoções desencontradas,
Quando em desespero uma prece se erguia.
Os últimos adeuses foram cortantes,
Os últimos gritos, os últimos instantes,
Quando a terra me cobriu como irmã.
O meu melhor terno agora escondido,
Para sempre comigo adormecido,
Sem a companhia dessa vida tão vã.