SONETO DE ENTERRO

Sobre mim puseram flores amarelas,

Mais gotas tristes de adeus eterno

Que se escorreram em meu último terno,

Manchando aquelas flores tão belas.

Sobre minha pele flácida e fria,

Mãos quentes e também desconsoladas,

Traduzindo as emoções desencontradas,

Quando em desespero uma prece se erguia.

Os últimos adeuses foram cortantes,

Os últimos gritos, os últimos instantes,

Quando a terra me cobriu como irmã.

O meu melhor terno agora escondido,

Para sempre comigo adormecido,

Sem a companhia dessa vida tão vã.

LLP
Enviado por LLP em 26/12/2008
Reeditado em 01/04/2009
Código do texto: T1353914
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