Eiva

Frutifica no meu ser, um desatino,

Perdura dentro em mim tétrica seiva.

E choro o chôro rude ressupino,

Devido a castidade desta eiva.

Pespega-me ao mundo, assim seja!

Procuro ao longe, o pêsame divino.

É árduo o destino, esta peleja,

Os olhos para os céus, ora inclino.

Meus Deus, onde estás? Olhe pra mim!

Esquiva-me ó Pai, do sofrimento,

Por que meu ser dolente sofre assim?

Deixaste-me aqui no esquecimento?

Dê-me um momento antes do fim,

Pois, falta só o arrependimento.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 24/12/2008
Código do texto: T1351295
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