O REGRESSO (Alexandrino)
O REGRESSO
Vejo o regresso do monstro nela escondido,
Que chegou pondo fogo pelas ventas, bravo,
Machucando mais quem já estava ferido,
Amarrado ao tronco, velho e antigo escravo.
Tudo de nós ficou pra sempre esquecido,
Até o amor eterno, a rosa, o beijo, o cravo
Ao luar. Do caubói transformado em bandido.
O dólar metamorfoseado em centavo.
Assim ríspida melhor se não viesse.
Só empanar as gotas de felicidade,
Mesmo bem antes ver se já amanhece.
Vem só dela o dizer da única verdade,
Condena o lembrar jamais:- Vê se tudo esquece,
Com as mãos tira também a minha saudade.
Goiânia, 09 de agosto de 2004.