PLANETA DOS LOUCOS

Planeta dos Loucos

Não existe lugar melhor para se embriagar...

É um planeta onde a loucura sensata predomina,

Apesar do trajeto da viagem ser envolto em adrenalina.

A chegada é um deleite, adorável silêncio tumular.

De repente uma banda de pifaros em apostasias,

Toca sua música concreta em apologia a loucura

Um velho menino maestro é regido pela orquestra...

Qualquer amargura havida morre no principiar da festa.

Os alcalóides são servidos e ao fígado não fazem mal,

Nem tampouco forjam futuras cefalalgias.

Relíquias babilônicas são compradas apenas com um vintém,

Entre um espetáculo pirotécnico surge um louco rei de ninguém;

Querubins circundam este patesi descendente direto de Assurbanipal.

Uma colombina ambidestra, espalha o lirismo por toda a parte...

O planeta dos Loucos flui em anagógicas alegorias.

Ao que se sabe, nunca nenhum habitante morreu de infarte.

Tampouco na guerra, ou mesmo de fome ou tuberculose...

Nunca houve tempo para a solidão ou nostomanias,

O presente alienatório sincroniza o amor ao sonho.

O enfadonho e os antropóides passam pela metamorfose.

Todos os loucos vivem em harmonia, cada qual com sua tenra mania.

Enquanto lepidópteros voam envolvidos pelas montanhas calicromáticas.

Pítons, ébrios e poetas no mirianto abominam a era das máquinas.

Pessoas sempre que podem se cumprimentam eternamente...

Paulatinamente, o Planeta dos Loucos desaparece no infnito,

O emaranhado de vozes amigas vai sumindo e permanece um único grito...

"Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos. E para mais me espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos." Luis de Camões

andyfrança
Enviado por andyfrança em 22/12/2008
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