Eu distante
Eu distante. Lá um Orbe que repousa.
Eu aqui, corpo sem corpo no infinito,
E no céu navegando, a Terra fito
Enquanto no Orbe o Corpo ainda não pousa.
É quando sonho que desperto então.
Acordo sim, mas sei que estou dormindo.
Já sem Orbe, barreiras eu vou abrindo,
Eu posso passar sem abrir portão.
É muito leve a sensação que sinto
Quando descubro que a sonhar não sonho,
Mas lá dormindo e cá acordado e forte.
Sim, Corpo existe, é leve, alto e distinto,
Mas a grande e distinto corpo oponho:
Cá vivo em vida, lá só vivo em morte.