SONETO AÇUCENA
a
Ana Maria Carvalho
Açucena do amor se abre no orvalho
Despétala-se em pranto e queixume
Se de outra rosa morres de ciúme
Meu verso é teu e eu te beijo em teu galho.
Pinheiro firme sou, tu és Carvalho.
De lei somos madeira. E vem a lume
Um soneto candango, que presume
Se bom poeta sou, se nada valho.
Se nas águas de um rio vais imersa
És pedra preciosa a descobrir-se
Lapidando palavras. Quem diria!...
Numa miragem dourada, adversa
No leito do amor talvez se abrisse
Em roseiral a flor de Ana Maria.
Hermílio*
a
Ana Maria Carvalho
Açucena do amor se abre no orvalho
Despétala-se em pranto e queixume
Se de outra rosa morres de ciúme
Meu verso é teu e eu te beijo em teu galho.
Pinheiro firme sou, tu és Carvalho.
De lei somos madeira. E vem a lume
Um soneto candango, que presume
Se bom poeta sou, se nada valho.
Se nas águas de um rio vais imersa
És pedra preciosa a descobrir-se
Lapidando palavras. Quem diria!...
Numa miragem dourada, adversa
No leito do amor talvez se abrisse
Em roseiral a flor de Ana Maria.
Hermílio*