Nas rédeas do tempo
As vezes temo ter perdido
As rédeas do tempo esvoaçante.
Este bucéfalo desvairado e rendido
À restrição da eternidade inquietante.
Sou – contra vontade – seu amante
E neste seu dorso e semblante aturdido,
Deixo-me galopar, tal qual cavaleiro errante...
E filosofia vã é tudo que tenho e apenas dela sigo munido.
E lá vou eu passando por esses caminhos...
(Ou são os caminhos que me passam?)
Como um velho tropeiro, que conduz sonhos sozinho.
Montado, vejo flores, passam-se amores e dores que matam,
Pisoteando firme no chão do sertão vasto do meu peito ninho.
Ás costas do tempo, seus olhos e sorriso se encerram e me bastam.