Nas rédeas do tempo

As vezes temo ter perdido

As rédeas do tempo esvoaçante.

Este bucéfalo desvairado e rendido

À restrição da eternidade inquietante.

Sou – contra vontade – seu amante

E neste seu dorso e semblante aturdido,

Deixo-me galopar, tal qual cavaleiro errante...

E filosofia vã é tudo que tenho e apenas dela sigo munido.

E lá vou eu passando por esses caminhos...

(Ou são os caminhos que me passam?)

Como um velho tropeiro, que conduz sonhos sozinho.

Montado, vejo flores, passam-se amores e dores que matam,

Pisoteando firme no chão do sertão vasto do meu peito ninho.

Ás costas do tempo, seus olhos e sorriso se encerram e me bastam.

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 21/12/2008
Reeditado em 21/12/2008
Código do texto: T1347224