Soneto à árvore seca do meu sítio
Ontem, perdido tive o meu olhar
Nesse vazio que você deixou
Ao lado da igrejinha, onde brotou,
Cresceu, floriu e morreu, vendo secar
Seu tronco velho e afeito a essa dureza
Da luta desigual, que o tempo vence,
Como acontece sempre, sem “suspense”
E sem fazer alarde da proeza...
Ontem, não vi seus galhos retorcidos,
Num protesto, talvez, aos céus erguidos
Contra o tempo cruel que nos definha...
E o meu olhar, voltado para a estrada,
Foi encontrá-la em cinzas transformada,
No mesmo chão em que imperou sozinha...
Agosto de 1968.
Ontem, perdido tive o meu olhar
Nesse vazio que você deixou
Ao lado da igrejinha, onde brotou,
Cresceu, floriu e morreu, vendo secar
Seu tronco velho e afeito a essa dureza
Da luta desigual, que o tempo vence,
Como acontece sempre, sem “suspense”
E sem fazer alarde da proeza...
Ontem, não vi seus galhos retorcidos,
Num protesto, talvez, aos céus erguidos
Contra o tempo cruel que nos definha...
E o meu olhar, voltado para a estrada,
Foi encontrá-la em cinzas transformada,
No mesmo chão em que imperou sozinha...
Agosto de 1968.