Soneto à árvore seca do meu sítio

Ontem, perdido tive o meu olhar
Nesse vazio que você deixou
Ao lado da igrejinha, onde brotou,
Cresceu, floriu e morreu, vendo secar

Seu tronco velho e afeito a essa dureza
Da luta desigual, que o tempo vence,
Como acontece sempre, sem “suspense”
E sem fazer alarde da proeza...

Ontem, não vi seus galhos retorcidos,
Num protesto, talvez, aos céus erguidos
Contra o tempo cruel que nos definha...

E o meu olhar, voltado para a estrada,
Foi encontrá-la em cinzas transformada,
No mesmo chão em que imperou sozinha...


Agosto de 1968.
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 21/12/2008
Reeditado em 07/04/2009
Código do texto: T1346375
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