Quem te ama já nasceu
Vestígios do soneto " Minha última cartada " de Marcos Loures
Quem te ama já nasceu
Os olhos derramando madrugadas
insones, delírios entremeados
por soluços, frases rasuradas;
quem dera até meus sonhos flagelados.
Será que mereci este degredo
de cantar a solidão dia após dia,
de esconder da minha sombra um segredo,
não ouvir da tua voz a trinodia? !
Ninguém mais te merece como eu
e nem sabes, sequer, se eu existo;
eu te digo: quem te ama já nasceu
e pouco falta pra amar-te como Cristo!
Voltarei aos meus soluços; madrugadas
insones, mulheres mal beijadas!