TREM DA ESPERANÇA

Respondendo ao soneto "O TREM " de Marcos Loures, fantástico sonetista.

Enquanto a realidade amarga vai

me arrastando em linhas paralelas,

tudo que é bom de mim se esvai

e o pranto vai se abrindo nas cancelas.

Avenidas que sonhara, hoje ruelas,

minha árvore frondosa, simples bonsai;

em cada estação deixava uma sequela,

em cada vulto que passava via um pai.

Vou em busca do meu trem

percorrendo cada linha;

fumaça, um apito, ele não vem!

Deve ter descarrilado nesta andança

ou o maquinista viu agora que não tinha

abastecido a fornalha de Esperança!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 19/12/2008
Reeditado em 20/12/2008
Código do texto: T1343160
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