TREM DA ESPERANÇA
Respondendo ao soneto "O TREM " de Marcos Loures, fantástico sonetista.
Enquanto a realidade amarga vai
me arrastando em linhas paralelas,
tudo que é bom de mim se esvai
e o pranto vai se abrindo nas cancelas.
Avenidas que sonhara, hoje ruelas,
minha árvore frondosa, simples bonsai;
em cada estação deixava uma sequela,
em cada vulto que passava via um pai.
Vou em busca do meu trem
percorrendo cada linha;
fumaça, um apito, ele não vem!
Deve ter descarrilado nesta andança
ou o maquinista viu agora que não tinha
abastecido a fornalha de Esperança!