OUVINDO ELIS REGINA
Ao pé do rádio, quase sempre ao ar da tarde,
ligado nos acordes e em concentração,
encho-me de ternura, tanjo a solidão,
ante canções que escuto, numa voz que arde.
Bela voz, partitura de sonoridade,
eis música de harpa que, nos céus, se espraia.
De tão canora e tênue, como que cambraia,
vem-me tocar no peito e me acender saudade.
Do silêncio na paz, dos litorais à serra,
por todas as longínquas plagas dos sertões,
milhões se quedam sob a linda voz maviosa.
E, assim, minha audiência mágica se encerra:
um musical de amor, que ri nos corações,
à espera de, outra vez, Elis em verso e prosa.
Fort., 18/12/2008.