Egoísta

Quiseste um mundo para ti, somente.
Um mundo singular, pequeno e alheio
Às normas sociais, a esse freio,
Que a vida humana torna mais decente...

Deixaste o lar que fora teu – bendito - ,
Para buscar, além, uma aventura,
Enchendo de vergonha e de amargura
Os filhos teus e um pobre pai aflito...

Foste egoísta, desumana, injusta...
Escusas emoções viveste, à custa
Do alheio padecer e do desgosto.

Sozinha e velha estás, desiludida,
Sem nome p’ra zelar, pobre e vencida,
Trazendo a marca do amargor no rosto.


Novembro de 1961.
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 18/12/2008
Reeditado em 07/04/2009
Código do texto: T1341836
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