Desgraça pouca
Essas ainda são as dores que sempre senti,
o desanimo lasso que entorpece a alma
e estilhaça a vontade e extirpa toda a calma
e que torna inviável bem viver aqui.
Aqui no atual espaço-tempo tão admirável
o progresso não impede as usuais mazelas,
e o efeito deletério que impera nelas
difunde a injustiça que é imperecível.
E passa na batida a vida em meio a dores,
feridos em seu orgulho os homens trincam dentes,
e em um qualquer deslize, guerra cruel ‘spouca.
As dores que só eu sinto são de todos, horrores,
ocorre e toda gente chora penitente,
e toda essa desgraça não pode ser pouca.