Soneto

Quem deste se ferir, já foi de antigo

Amor ferido, olhares vi(s)... cruéis

(Ao céu) Por ser reféns de um bel prazer.

Pois, por isto e por meu respeito, sigo,

Sem (benzidos grilhões) áureos anéis,

Cativo (por querer e não querer).

E embora chore e afirme sangrar o Homem

(À mais bela estação que se demora

A vir e a demorar-se, pois tem hora),

Bate asa o ardor, por mais que o domem...

E embora cuspa o invólucro: – Namora

(E traça) Ou tece o verso mais cortês!

– Libertai-vos. – Diz (me)u verso: – E talvez

Deixeis desse negócio de "Senhora".

a 05 de Abril de 2007