Fim de Inverno

Agosto... o ar é quente e nos sufoca...
Há pelo espaço o cheiro da queimada...
Ouvimos ribombar a trovoada,
Que tristes pios à perdiz provoca...

Setembro um pouco além já se divisa...
A chuva cairá e os verdes prados,
A mata verde, os rios transbordados
Falar-nos-ão do inverno que agoniza...

E os peixes tornarão às cabeceiras...
E eu voltarei às regiões pesqueiras,
Inquieto e como sempre, emocionado,

A empunhar, nervoso, o meu caniço,
Até que sinta n’água um rebuliço
E preso em meu anzol um bom dourado!...


Agosto de 1960
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 17/12/2008
Reeditado em 07/04/2009
Código do texto: T1339630
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