QUERO TE VER


Quero te ver além do ponto oculto,
ver-te além do abismo e do infinito,
além do nada reviver teu vulto
angustiante, que me deixa aflito

Quero te ver no transe do tumulto,
além do céu, embora que restrito,
além das sombras, santas de meu culto,
ver-te passado, em ponderável mito.

Quero te ver além do inexistente,
muito além do que vêem os olhos meus
na distância que dista o olhar da gente.

Quero te ver na crença dos ateus.
Quero te ver, mas o amor somente
esconde a voz e teima em ser adeus!

Odir, de passagem