ENIGMA DE VOLTAR
ENIGMA DE VOLTAR
Talvez eu volte corrimão de rios tortos
por onde vem beber a lua amedrontada...
Espírito cantor dos pássaros já mortos
sob os destroços de uma flor inacabada...
Caravelas de nuvens como pressupostos
do transporte por céu da luz embriagada...
Quiçá refaça-me de restos recompostos
com os pedaços de minha alma fatigada...
Talvez eu venha como o ser e a solução
como ave presa na lembrança da canção
ou como flores despojadas num jardim...
Talvez eu volte com um coração enfermo
e tente a morte retirar-me de mim mesmo
mas só eu mesmo posso me tirar de mim...
A. Estebanez