ENIGMA DE VOLTAR

ENIGMA DE VOLTAR

Talvez eu volte corrimão de rios tortos

por onde vem beber a lua amedrontada...

Espírito cantor dos pássaros já mortos

sob os destroços de uma flor inacabada...

Caravelas de nuvens como pressupostos

do transporte por céu da luz embriagada...

Quiçá refaça-me de restos recompostos

com os pedaços de minha alma fatigada...

Talvez eu venha como o ser e a solução

como ave presa na lembrança da canção

ou como flores despojadas num jardim...

Talvez eu volte com um coração enfermo

e tente a morte retirar-me de mim mesmo

mas só eu mesmo posso me tirar de mim...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 16/12/2008
Código do texto: T1337917
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