Pressentimento
O fim pressinto. A meta está cumprida.
Morrer! Que importa? Tudo morre um dia...
Enquanto houver em mim restos de vida,
De flores juncarei minha agonia.
E a vida sufocante que eu vivi,
Em selvas de aço e de concreto armado,
Pra longe atirarei, feito um guri
Levado, e, firme, louco, desvairado,
Correndo sairei a ver campinas,
Rios e bosques, serras e colinas,
Horizontes e céus!... Tudo, afinal!
Para morrer, feliz, na soledade!
Nos braços nus e mornos da saudade!
Queimado ao sol do meu torrão natal!
Janeiro de 1961.
O fim pressinto. A meta está cumprida.
Morrer! Que importa? Tudo morre um dia...
Enquanto houver em mim restos de vida,
De flores juncarei minha agonia.
E a vida sufocante que eu vivi,
Em selvas de aço e de concreto armado,
Pra longe atirarei, feito um guri
Levado, e, firme, louco, desvairado,
Correndo sairei a ver campinas,
Rios e bosques, serras e colinas,
Horizontes e céus!... Tudo, afinal!
Para morrer, feliz, na soledade!
Nos braços nus e mornos da saudade!
Queimado ao sol do meu torrão natal!
Janeiro de 1961.