CALDO DE FEIJÃO

No verde galho desse araçazeiro,

Que generosamente debruçou-se

Para dar frutos cá no meu terreiro,

Um casal de rolinhas aninhou-se.

Tão simples quadro, quanto corriqueiro,

Aos olhos de minh’alma agigantou-se,

E à noite meditando ao travesseiro,

A lição sugerida revelou-se:

São tão felizes essas lindas aves!

Não são ricas, (ou são?) são tão suaves!

O segredo do amor... Certo adivinham.

Se a chuva cai e molha essas morenas,

Quando o sol surge vão ruflar as penas,

E quão fiéis que elas são, quando se aninham.

Santo Amaro,30/03/05

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 04/04/2006
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