CALDO DE FEIJÃO
No verde galho desse araçazeiro,
Que generosamente debruçou-se
Para dar frutos cá no meu terreiro,
Um casal de rolinhas aninhou-se.
Tão simples quadro, quanto corriqueiro,
Aos olhos de minh’alma agigantou-se,
E à noite meditando ao travesseiro,
A lição sugerida revelou-se:
São tão felizes essas lindas aves!
Não são ricas, (ou são?) são tão suaves!
O segredo do amor... Certo adivinham.
Se a chuva cai e molha essas morenas,
Quando o sol surge vão ruflar as penas,
E quão fiéis que elas são, quando se aninham.
Santo Amaro,30/03/05