SONETO EM HENDECASSÍLABOS
Sei que, por aí, demais, existem becos
tristes e sem vida e, neles, quanto escuro!...
Sei que há, também, alhures, algum muro
e, lá, nomes feios, ditos muito secos.
Ah, sei que vocês nem se comoverão
em face de tal dureza comovente
e que, por tocá-la, sou inconsequente,
antiestético, estorvado, canastrão...
Mais ainda, sei que existem genocídios
e fome, e também mil vícios, vitupério,
mas forçoso não se pôr nenhum mistério:
amo-te, mulher, como o sangue aos glicídios;
amo-te, mulher, como o nauta ao beliche...
com doideira, de com força e com fetiche!
Fort., 15/12/2008.