SONETO EM HENDECASSÍLABOS

Sei que, por aí, demais, existem becos

tristes e sem vida e, neles, quanto escuro!...

Sei que há, também, alhures, algum muro

e, lá, nomes feios, ditos muito secos.

Ah, sei que vocês nem se comoverão

em face de tal dureza comovente

e que, por tocá-la, sou inconsequente,

antiestético, estorvado, canastrão...

Mais ainda, sei que existem genocídios

e fome, e também mil vícios, vitupério,

mas forçoso não se pôr nenhum mistério:

amo-te, mulher, como o sangue aos glicídios;

amo-te, mulher, como o nauta ao beliche...

com doideira, de com força e com fetiche!

Fort., 15/12/2008.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 15/12/2008
Reeditado em 16/12/2008
Código do texto: T1337202
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