Fitando o céu

Quando a fitar-te fico, horas a fio!...
Nessa beleza estonteante e pura!
Meu corpo inerte e o espírito vadio,
Fazem de mim a mais feliz criatura!

O corpo esqueço, pois, é a vez da alma
Se expandir na região sidérea,
Buscando a paz, a luz, a doce calma,
Inexistentes, cá, pela matéria.

E lá do alto, no azulíneo manto,
Aonde engastas um bilhão de estrelas,
Minh’alma chega p’ra de perto vê-las!

E, junto à lua, escondida a um canto,
Tristonha pensa na cruel descida,
Rumo ao presídio da terrena vida.


Agosto de 1961.
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 15/12/2008
Reeditado em 07/04/2009
Código do texto: T1335882
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