VERSOS NA AREIA

Oras! Pera! Que não sejam meus versos

Mesmo que feitos com os pés quebrados,

Os que ocasionem males tão perversos

Como os gritos dos pobres desprezados.

Já me cansam poemas mais diversos

Para enxugar seus olhos lagrimados

Enquanto a mim com os olhos submersos

Tenho-os sob as lentes disfarçados.

De minhalma fugiu, fugiu em vão,

Qualquer encanto e a doce inspiração

Que faziam de mim feliz poeta.

Hoje, distante da prancheta feia,

Sou o tribal que faz versos na areia

E a onda apaga, voraz e tão discreta!

Lucan
Enviado por Lucan em 14/12/2008
Código do texto: T1335222
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