Soneto de Absolvição
Depois dos portões, surge o sono que liberta.
Não mais cadeados; eis que ao dormir, surgem asas
Para autenticar os sonhos que de dia atrasas,
E que os deixas detidos em horas que apertas.
Além dos portões pintados sobre as ferrugens,
O pensamento sobrevoa a tarde fria pelos bolores.
E onde estava embolorado, aparecem flores.
Quando os com ares de ilusões, dissipam as nuvens.
Há de quebrares as trancas, te libertar.
Novas vistas, novos passos, nova verdade;
Real sentir contigo mesmo à beira-mar.
O despertar que amanhece com a liberdade,
Eis que tu retornas forte ao mesmo lugar,
Sem portões, cadeados; uma nova realidade.