ESQUECIDO, DOÍDO E MALTRATADO



Esquecido, doído e maltratado,
eu não concedo ao sonho que me esqueça
ou dos limites meus desapareça,
deserdando os desejos que hei guardado.

Esquecido, doído e maltratado,
eu não condeno o amor quando pereça.
Absinto que, embora me entristeça,
sabe ser doce e docemente amado.

Esquecido da vida vinda à-toa,
eu não censuro a dor que não perdoa
os meus vôos de pássaro no ar.

Que ferido da morte que o magoa,
não se importar com o tanto que lhe doa
a liberdade plena de voar.

Odir, de passagem