Amai

Se pretendeis fugir à ribanceira...
Às garras do cruel materialismo,
À convulsão de um mundo em cataclismo,
Fazei do vosso amor uma trincheira

Amai a Deus; amai toda viv’alma,
O céu, o mar, as matas, o deserto...
Tudo, afinal. E, no momento incerto,
Amai a solidão, que enleva e acalma.

Amai a arte pura, que burila
Os sentimentos nossos e que instila
Em nosso ser tranqüilidade e amor.

Amai o semelhante e a natureza...
Amai tudo, afinal, até a tristeza
E então tereis a graça do Senhor.

Agosto de 1962.
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 13/12/2008
Reeditado em 07/04/2009
Código do texto: T1333095
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