SOMOS O QUE SOM0S


Somos a crença casta do carinho
conjuntivo, celífluo, conexo,
aves que se aventuram num só ninho,
luzindo na poesia um só reflexo.

Somos dois decifrando o ser sozinho,
cada um mais distante e mais complexo.
Somos partes plurais de um só caminho,
somos unos no cântico do sexo.

Somos seres que sonham insensatez
nos noturnos desejos dos instantes,
no dualismo da desfaçatez.

Somos o hoje dos amores dantes,
prosélitos poetas da nudez,
a sensação de gozo dos amantes.

Odir, de passagem