O Velho Gurú

Disse o velho guru: aqui mandam os ladrões,

E o povo que se dane, em nossa infeliz sina,

De gente triste, de pretensão pequenina,

Que marcha como rebanho, a espera de ações.

Mas a culpa não é do povo, ele se inflamou,

A veia do seu pescoço mostrou-se inchada,

Como uma cobra estava na sua fachada

E a ira no rosto antes tão bom se manifestou.

Bem, o velhinho terminou por se acalmar,

Visto estar por chegar a boa hora do almoço,

Encaminhou-se para o bar bem depressinha,

Foi ao banheiro, lavou-se para se embelezar,

Veio ao balcão, calmo, sem veia no pescoço,

Disse: viva o povo e bote aqui uma caninha.