A NAVE DO AMOR
Permita-se voar no Amor, na trilha
escumarenta de uma doce nave
que singra e salga o ló, a quilha,
o branqueio esvoaçante de uma ave.
Embora um temporal a uma milha
se aproxime e o trovão espreite, grave,
Iemanjá protege a nau como uma filha,
e chega-se ao Amor em pauta e clave!
Netuno nos empolga: Avante, mais bebida!
Cupido, meio tonto, erra o alvo.
E lá nos vamos aportar num outro cais...
A cada inverno a gente busca outra acolhida,
novo porto, novo amor; vá são e salvo!
Estações a gente encontra, verdadeiro Amor, jamais!
Replicando a tréplica de Marcos Loures aos meus versos.