Soneto de amargura

Talvez descanse meu coração

Por saber que não há salvação

E que seus olhos longe estarão

Do peito que acolheu emoção

Talvez traga o vento teu perfume

Que um dia deixaste ao lume

Adaga pontuda faca e gume

Posto ao peito ferido -sem rumo

Talvez volte querida um dia

Flores no peito como se fazia

Tarde perfeita - me amaria

Talvez lembrarás de mim

Do sorriso que sempre disse sim

Do amor que te dei sem fim.

Wander Almeida