SONETO DOLORIDO.
Dor, companheira insolente,
a me devorar a alma,
castigando incansavelmente
e pela madrugada me roubando a calma.
Dói-me no ombro a tal bursite
e na coluna uma qualquer escoliose;
fortes medicamentos indicados para artrite,
forte esperança prevenindo uma lordose.
Seria lúdico, não fosse ingrata,
ver minha face encarniçada,
vitimada e pela insônia maltratada.
Tento derivar desta afronta,
compilando versos com conveniência.
Será heresia? Senhor, me dê paciência.