Sinto IV
Sinto no corpo a seiva a sumir
Sinto na alma o ardor da partida
Sinto a solidão a prender-se à vida
Sinto o que sinto e não quero sentir.
Sei o que quero, e, não posso fugir
Ao futuro traçado e homicida
Descansarei quando já falecida
Embora deseje agarrar-me à vida.
Do mundo dispenso toda a vaidade
Desejo apenas viver para amar
Desfrutar momentos de felicidade.
À vida não pretendo mendigar
Quero a paz, a calma e a tranquilidade
Até que a morte me venha buscar.