Soneto de Loucura

Entre as sobriedades que te pecam,

Há algo de puro que não sabes esconder.

Que te escapam a boca, e te são prazer.

Quando abrem-te as pernas, te lampejam;

E te matam em dor, e te maltratam;

E, extasiando-te, te abandonam

No arbítrio breve de teu querer,

Cuja malícia obrigara a perecer.

De tudo que se põe em desacato

Obrigam teus sentidos insensatos,

Regam-te numa essência rara, atroz

Tudo que renegaras em negrume.

Tua natureza - então exposta – lume!

Cobrindo-te a alma num capricho algoz.

Ie
Enviado por Ie em 08/12/2008
Código do texto: T1324292
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