MORADOR DA ROÇA
Pobre habitante da cidade grande
Que nunca viu a noite de luar,
Que vive bitolado, não se expande,
Não toca viola, não sabe pitar.
Amigo citadino, vamos, ande,
Conheça a roça... da ave seu cantar,
Mexido de ovo com feijão, viande!
Na roça a dor da fome é de lascar!
De pé no chão, caminhe na picada,
Ponteie a viola a uma mulher amada
E durma numa esteira na palhoça.
Daí sim poderá compreender
Como é dócil, bondoso pra valer
E tão valente, o morador da roça!