Soneto do ser não amado

Qual borboleta de destino amargo

Cujo encargo era sua própria morte

Pousou, suave, como um leve afago

Entregue ao acaso e a sua própria sorte

Então sozinha, feito um narciso

Deitou-se frouxa, fraca e inconsciente

Qual prisioneira, só e sem juízo

Como uma chaga profunda e dolente

Então plangente, triste e sem alento

Qual carcereira de seu próprio fardo

Lançou seu palro solto para o vento

E foi opaca qual viúva esposa

Que, derradeira, aceitou seu fado

De borboleta fez-se mariposa

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 05/12/2008
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