Soneto do ser amado

Qual mau agouro sinistro e obscuro

Fechou suas asas sobre as vivas pálpebras

Sequazes ressequidas e alvas

De quem dormia na estrada escura

Qual bailarina de um teatro negro

Seguiu um ballet sem equilíbrio ou traço

Como quem cobre com uma mortalha

Um corpo morto e solto no espaço

Qual uma escrava de seus todos medos

Larga-se frouxa, nua, no abismo

Sendo senhora de sua própria sorte

E feito a dona de si própria chega,

Como uma amante de tragédias gregas

Que só revive com sua própria morte

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 30/11/2008
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